Ainda a eleição do Presidente do Parlamento. A grande maioria da comunicação social viu nisso um gesto de sentido de Estado de Pedro Nuno Santos e menos de Luis Montenegro. Pessoalmente, não achei e reagi, no momento, em conformidade, manifestando meu desgosto no Twitter. Não posso, no entanto, deixar de registar aqui as principais razões que me moveram a rejeitar a partilha da Presidência do Parlamento porque francamente não gostei desse negócio. Não digo, que Montenegro deveria ter encostado Pedro Nuno Santos e o PS à parede. O impasse e o desconforto criados pelo desentendimento, à última, entre o Chega e os partidos da AD, era insustentável. Mas daí a aceitar o negócio proposto pelo PS havia uma grande distância. Tudo parece que funcionou com uma ética ao nível de meros interesses sociais e de pequena política: "coça-me as costas e coce-te as tuas". Era certamente deste nível ético que o País não precisava e os Eleitores não mereciam mas, mesmo que não fosse possível ir até ao nível de uma verdadeira ética com base no princípio da justiça sem a mediação de qualquer interesse ou negócio, deveria ter havido um esforço maior para atingir o nível das normas claramente estabelecidas. Acho que isso, infelizmente, não aconteceu e veio, de algum modo, a comprometer fatalmente os principais interlocutores no processo. Depois do que aconteceu, não basta vir dizer, como o fez boa parte da comunicação social, que o impasse foi ultrapassado. Ao nível ético, os fins simplesmente não podem nunca justificar os meios. Aos meus olhos, se o PS tivesse viabilizado a eleição sem o negócio da partilha da presidência, não exigindo esse "prato de lentilhas" tudo seria mais honesto, sério e transparente e o interesse nacional ficaria melhor salvaguardado!
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