José Tavares
Homenagem: o que pensei, o que senti e o que fiz
Atualizado: 13 de out. de 2020
No dia 24 de setembro de 2020, pela tarde, no Simpósio Internacional de Psicologia da Educação: passado, presente e futuro, que teve lugar na Universidade de Aveiro de 23 a 25, o Departamento de Educação e Psicologia, quis homenagear o meu trabalho na Universidade e, designadamente, no âmbito da Psicologia e Psicologia da Educação ao longo de mais de 30 anos. Sabia que o Professor Doutor Rui Armando Santiago, meu aluno e meu orientando de mestrado e doutoramento e a Professora Doutora Anabela de Sousa Pereira, também minha orientanda de doutoramento e colega de muitas lides e projetos de investigação a quem aqui gostaria de deixar aqui um agradecimento muito especial e amigo, tinham intenção de fazer-me uma homenagem. Ao Rui que já cá não está, o amigo que estava sempre lá, disponível, entusiasta e colaborador e continua no meu espírito, a minha eterna gratidão.
Costumo dizer que não gosto de homenagens porque normalmente as pessoas, nestas situações, são demasiado generosas nos elogios e virtudes, mas esta não a poderia rejeitar. Eram os meus alunos e colegas que me acompanharam ao longo de todos estes anos com quem mantenho fortes laços de amizade e reconhecimento. Tudo, porém, se tornou diferente e estranho com a chegada da COVID-19. A preparação e realização do evento, de repente, ficou dependente da evolução da pandemia.
Ao ter sido convidado para fazer a conferência sobre o tema do colóquio: "Psicologia da Educação: passado, presente e futuro" e no meio do desencadear da COVID 19 pensei que o evento não se iria realizar ou aconteceria numa modalidade bastante distinta: à distância. No entanto a Presidente da Comissão Organizadora do Simpósio não queria desistir de um simpósio presencial e alterou a data da sua realização de 27, 28 e 29 de maio para 23, 24 e 25 de setembro. Mas garantiu, desde logo, que se o simpósio não pudesse ser realizado presencialmente nessas datas realizar-se-ia à distância. Convencido que tudo iria para a frente comecei a pensar num conjunto de ideias sobre o passado, o presente e o futuro da Psicologia da Educação com base, sobretudo, no meu trabalho docente e de investigação no domínio da Psicologia e da Psicologia da Educação durante mais de trinta anos para a elaboração de um texto para ler, que apresentei no dia 24 de setembro e, neste momento, é público. Gostei de fazer essa reflexão e aproveitei para sublinhar alguns aspetos que para mim se revestiram e ainda revestem de grande relevância.
Senti desde o início um estado de aceitação e de reserva à ideia. Porque as homenagens são mesmo assim: esconde-se as coisas menos positivas e põe-se uma ênfase especial nas mais positivas. No meu caso, acho que as pessoas foram muito generosas e amigas mas, por outro lado, muito sinceras e autênticas o que me tocou profundamente. Gostei de ouvir os testemunhos que todos tiveram a amabilidade de manifestar a meu respeito. Obrigado, a todos.
O que fiz em todo este tempo? Muito pouco. Acabei por ficar quieto e calado embora tivesse pensado e sentido os mais diversos estados de espírito antes e durante. Limitei-me apenas a deixar e a vincar um agradecimento muito sentido e o mais autêntico possível. Confesso que acabei por gostar desta experiência tal como se desenrolou.
Por tudo o que aconteceu e me aconteceu, a palavra que me veio, repeti e continuo a repetir é simplesmente: Obrigado. Obrigado a todos e de um modo especial à Professora Doutora Anabela e a todos aqueles que não se furtaram a esforços para levar a bom porto a realização deste evento em circunstâncias tão especiais e difíceis.
