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  • Foto do escritorJosé Tavares

Estão os Estados Unidos da América realmente divididos?

Quem seguiu o discurso da campanha eleitoral, da comunicação social e das redes sociais, nos Estados Unidos e, no mundo, em geral, julgo que não ficou com grandes dúvidas. Os ataques foram ferozes de parta a parte. Do lado da "amálgama azul" que se formou de há muito a esta parte e que não deu tréguas à Administração Trump, desde o início, o grande o objetivo era "correr" com o Presidente. Do lado dos "vermelhos" mais homogénios e das suas bases internas de propaganda e apoio, o alvo era colocar os azuis todos no mesmo saco e rotulá-los de esquerdistas e socialistas. No final, acho que a divisão permanece e acentuou-se ainda mais. Também não se percebe, apesar da COVID-19 que, de repente, a grande maioria dos americanos tivesse votado antecipadamente e pelo correio em número tão elevado (mais de 100 milhões). Como se esperava, ainda durante a contagem dos votos foi trazida para a liça a suspeita de fraude, sobretudo, em Estados considerados decisivos para o resultado final da eleição. Neste contexto, qualquer que seja a decisão dos tribunais é difícil desfazer a dúvida que irá permanecer na mente de muitos eleitores que foram derrotados na contagem final. Neste contexto, sou daqueles que pensam que Biden, embora, no papel de Presidente Eleito, tenha mudado radicalmente o discurso, não irá conseguir levar esta carta da união a Garcia pois os valores daqueles que votaram na sua candidatura são muito heterogénios e contraditórios em relação com os verdadeiros valores da chamada "alma americana". Do lado da candidatura vencida há mais unidade, densidade e coerência em relação aos valores por que se luta. Trata-se efectivamente de dois ideais muito diferentes bem marcados no próprio território da sociedade americana que serão muito difíceis de unir nos próximos tempos após feridas tão profundas que continuam abertas. Julgo que a política americana em relação à Europa e ao mundo, nestes últimos anos está num processo irreversível de mudança que não se alterará muito com a reversão de um ou outro tratado ou com a mudança de rostos na nova administração.


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